Destino

08:18




Segunda-feira, dez e meia da noite, ela está na janela olhando a cidade que vive lá embaixo. Ela está exatamente onde sempre quis estar durante oito anos. Mas a experiência que teve quando chegou superestimou suas expectativas.

Ela sabia porquê estava lá, havia um motivo. Mas sua mente não estava no mesmo lugar que o seu corpo. A ansiedade de chegar, de ver o que mudou e o que não mudou, de reencontrar os amigos, de sentir de novo aquela cidade acontecendo diante de seus olhos.

Voltar para buscar o tempo perdido. Era isso que o seu inconsciente a fez buscar. Por isso ela estava onde estava, em um lugar que sabia que queria estar.

Mas as coisas mudaram, a vida continuou, a cidade mudou, ela já não era aquela garota de oito anos atrás. E se dar conta disso doeu mais do que ela podia imaginar e, então, a frustração tomou conta da sua mente.

Um ano depois, olhando através de outra janela, às dez e meia da noite, ela relembra a experiência vivida e se dá conta do que aconteceu. Um nozinho na garganta começa a se formar e agora parece que tudo faz sentido.

Todo aquele sentimento de perda e busca realmente tinha que ter acontecido. Era a transição que precisava acontecer em alguma hora. Era o fim de um ciclo para que outro pudesse, enfim, começar.

Hoje ela percebe que tudo tem um motivo, uma razão. E os fins sempre explicam os meios. O destino decidiu agir de acordo com o que devia acontecer. Buscar o que se quer é necessário, mas nem sempre naquele determinado momento que estamos procurando.


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