Sobre os assuntos de “The bold type”
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Recentemente recebi a indicação para assistir
uma série da Netflix porque eu iria gostar. Depois que comecei acabei ficando
viciada e não consegui parar até terminar. “The
bold type” conta a história de três mulheres na fase dos seus 26 anos que
trabalha em uma revista feminina em Nova Iorque. É praticamente o sonho de toda
menina que faz jornalismo e eu sou uma delas, já que minha inspiração sempre
foi o filme “Como perder um homem em 10
dias”.
Jane, Sutton e Kat são as personagens
principais e acompanhamos os dilemas de suas vidas pessoas e profissionais,
relacionamentos amorosos, com a família, com os amigos e, principalmente, foca
na amizade entre essas três mulheres. São abordados vários temas importantes na
série, orientação sexual, racismo, câncer de mama, problemas com casamentos,
adoção, enfim, tem assunto pra caramba sendo conversado na série e, mesmo sendo
uma série aparentemente para o público feminino, eu particularmente recomendo
para qualquer público justamente por causa dos assuntos abordados. Sem falar
que ela é uma delícia de assistir.
E graças a ela comecei a pensar nesses vários
assuntos.
É possível conciliar uma vida profissionalmente
reconhecida e chegar em casa e ter uma família bem estruturada?
É possível passar cinco anos em um cargo que
não gosta porque precisa pagar as contas, aspirando estar em uma determinada
profissão e, quando finalmente consegue, descobrir que também é apaixonada por
outra área e que pode mudar de opinião em pouco tempo?
É possível descobrir que depois de passar a
vida inteira gostando de homens também gosto de mulheres?
E a resposta pra tudo isso é sim!
Todo mundo tem o direito de buscar o que é
melhor pra si e é completamente possível todas essas questões citadas acima.
Não que seja completamente fácil, mas nada é impossível quando queremos alguma
coisa.
E aqui entra a minha opinião sobre a minha
própria vida.
Não é porque eu sou formada em determinada faculdade
que vou seguir trabalhando na área pra sempre, ou que simplesmente queira
trabalhar nela. Eu posso sim ter me identificado com ela, mas também posso
gostar e querer outras coisas e ninguém tem o direito de me julgar por isso!
Por que fulano pode e eu não, e tá tudo bem
ele fazer porque vai receber um apoio enorme de todo mundo?
Por que fulano se torna alguém incrível
porque gosta e faz diversas coisas e eu sou taxada como errada, louca ou
inconsequente por também querer fazer várias coisas?
Por que fulano pode abandonar uma carreira
promissora para fazer algo que, para a maioria, é algo supérfluo, que não dá
dinheiro ou estabilidade, e eu não posso fazer algo que eu gosto e que me sinto
bem fazendo?
Por que eu tenho que seguir a minha vida de
acordo com o achismo do outro?
Chega, cansei disso!
Não vivo a minha vida com essa base,
principalmente porque eu mesma ainda não descobri o que quero aos 31 anos, mas
nem por isso as pessoas deixam de falar isso pra mim. Cansei de ouvir gente
falando: “mas você se formou em tal coisa e até agora não trabalha na área”.
Por acaso alguém perguntou se eu QUERO
trabalhar na área? Não!
E daí se eu me formei em medicina e abandonei
uma carreira que poderia me dar muito dinheiro pra ser guia turístico? O
problema é meu e quem vive a minha felicidade também sou eu!
Estamos em uma época tão tecnológica, tão
evoluída, e mesmo assim as pessoas novas ainda julgam as escolhas do outro. Se
cada um cuidasse da própria vida e perguntasse mais se o outro está feliz, com
certeza o mundo seria mais tragável. Já bastam os meus próprios julgamentos, as
minhas próprias dúvidas e incertezas do que quero pra minha vida por querer
tantas coisas ao mesmo tempo, não preciso de mais ninguém colocando pressão
negativa na minha vida.
Não concorda com a minha opinião, com as
minhas decisões, problema seu. Cada um segue e vive a sua vida da melhor forma
possível. Então vamos parar de ser chatos e insuportáveis e buscar mais a
felicidade, independente de com quantos anos eu queira abandonar tudo pra virar
nômade e viajar o mundo ou para começar uma faculdade nova.
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